A fotografia brasileira no MOMA-NY.
Fotoclubismo: Fotografia Modernista Brasileira, 1946–1964- em cartaz no MoMa-NY, apresenta o trabalho dos fotógrafos brasileiros a um público internacional
O Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) anuncia Fotoclubismo: Fotografia Modernista Brasileira, 1946–1964 , a primeira exposição em museu de fotografia modernista brasileira fora do Brasil.
Em exibição de 8 de maio a 26 de setembro de 2021, a mostra terá como foco as inesquecÃveis realizações criativas do Foto-Cine Clube Bandeirante de São Paulo, um grupo de fotógrafos amadores amplamente aclamado no Brasil, mas essencialmente desconhecido do público europeu e norte-americano.
A exposição é composta por mais de 60 fotografias tiradas generosamente da coleção do MoMA; juntas, elas apresentam a extraordinária gama de realizações deste grupo, fornecem informações valiosas sobre a forma como a estética fotográfica foi enquadrada na década de 1950 e oferecem oportunidades para refletir sobre a importância do status do fotógrafo amador hoje. A exposição é organizada pela curadora Sarah Meister e por Dana Ostrander, assistente curatorial do Departamento de Fotografia.
A grande maioria dos associados do Foto Cine Clube Bandeirante eram amadores, isto é, exerciam a atividade fotográfica sem propósito ou afiliação profissional. Eduardo Salvatore, presidente de longa data do clube, era advogado, e a lista de profissões dos sócios incluiu também donos de indústrias, contadores, jornalistas, engenheiros, biólogos e banqueiros. Embora a fotografia fosse uma atividade realizada fora de seus empregos diários, os membros do FCCB levavam a sério seu lado artÃstico, produzindo fotos muitas vezes dinâmicas e inovadoras. Obras como Fotoforma, de Geraldo de Barros, São Paulo (1952– 53), Fachada do Ministério da Educação e Saúde, de Thomaz Farkas, Rio (c. 1945), ou Filigrana, de Gertrudes Altschul (c. 1952), por exemplo, representam algumas experimentações radicais, com processo e forma destacando a descoberta de composições criativas na vida cotidiana.
Os sócios do FCCB registraram a abundante originalidade dos arquitetos contemporâneos brasileiros, e a sua atenção à fertilidade da abstração como estratégia criativa surgiu ao lado de seus colegas de design, pintura e literatura. O conjunto dessas obras fornece um contexto interessante para explorar o complexo status do fotógrafo amador, as tendências crescentes de gosto ou julgamento e as dinâmicas locais de raça e gênero. Além das fotografias, o clube também promovia Concursos Internos e Seminários mensais, nos quais as fotografias eram submetidas à análise dos colegas e discutidas em fóruns públicos e privados. Com isso, os associados se envolviam de forma social e intelectual com o universo da fotografia, garantindo a eles uma oportunidade para exibir e compartilhar seu trabalho com outros sócios e de maneira mais ampla. O salão anual que eles organizavam e o Boletim, uma revista mensal publicada pelo FCCB, mostram a amplitude das atividades desenvolvidas pelo clube e destacam as conquistas do clube para o circuito internacional de salões dos quais participaram, incluindo Otto Steinert e seu colegas adeptos da “fotografia subjetiva” na Alemanha, e a Société Française de la Photographie em Paris.
A exposição Fotoclubismo será apresentada em duas partes complementares e entrelaçadas nas galerias: a monográfica e a temática. Cada uma das seis seções da exibição tem uma apresentação monográfica de um fotógrafo: Geraldo De Barros, German Lorca, Gertrudes Altschul, José Yalenti, Marcel Giró e Thomaz Farkas. Essas seções começam e terminam com agrupamentos temáticos que sugerem a amplitude da comunidade fotográfica atuante em São Paulo naquela época e oferecem um contexto adicional das realizações individuais. Cada tema foi extraÃdo dos Concursos Internos mensais realizados no FCCB, que levavam os sócios a fazer registros sobre um determinado tema, muitas vezes premiando o vencedor com reproduções de página inteira ou na capa.
A exposição será acompanhada por um catálogo ricamente ilustrado, apresentando pela primeira vez a fotografia modernista brasileira a um público internacional; desta forma, colocando essas realizações no cenário mais amplo da arte contemporânea do Brasil e em uma rede dinâmica de fotógrafos globais, e oferecendo uma nova visão sobre o status do fotógrafo amador no perÃodo pós-guerra.
Em exibição de 8 de maio a 26 de setembro de 2021, a mostra terá como foco as inesquecÃveis realizações criativas do Foto-Cine Clube Bandeirante de São Paulo, um grupo de fotógrafos amadores amplamente aclamado no Brasil, mas essencialmente desconhecido do público europeu e norte-americano.
A exposição é composta por mais de 60 fotografias tiradas generosamente da coleção do MoMA; juntas, elas apresentam a extraordinária gama de realizações deste grupo, fornecem informações valiosas sobre a forma como a estética fotográfica foi enquadrada na década de 1950 e oferecem oportunidades para refletir sobre a importância do status do fotógrafo amador hoje. A exposição é organizada pela curadora Sarah Meister e por Dana Ostrander, assistente curatorial do Departamento de Fotografia.
André Carneiro. Rails (Trilhos). 1951. |
A grande maioria dos associados do Foto Cine Clube Bandeirante eram amadores, isto é, exerciam a atividade fotográfica sem propósito ou afiliação profissional. Eduardo Salvatore, presidente de longa data do clube, era advogado, e a lista de profissões dos sócios incluiu também donos de indústrias, contadores, jornalistas, engenheiros, biólogos e banqueiros. Embora a fotografia fosse uma atividade realizada fora de seus empregos diários, os membros do FCCB levavam a sério seu lado artÃstico, produzindo fotos muitas vezes dinâmicas e inovadoras. Obras como Fotoforma, de Geraldo de Barros, São Paulo (1952– 53), Fachada do Ministério da Educação e Saúde, de Thomaz Farkas, Rio (c. 1945), ou Filigrana, de Gertrudes Altschul (c. 1952), por exemplo, representam algumas experimentações radicais, com processo e forma destacando a descoberta de composições criativas na vida cotidiana.
Os sócios do FCCB registraram a abundante originalidade dos arquitetos contemporâneos brasileiros, e a sua atenção à fertilidade da abstração como estratégia criativa surgiu ao lado de seus colegas de design, pintura e literatura. O conjunto dessas obras fornece um contexto interessante para explorar o complexo status do fotógrafo amador, as tendências crescentes de gosto ou julgamento e as dinâmicas locais de raça e gênero. Além das fotografias, o clube também promovia Concursos Internos e Seminários mensais, nos quais as fotografias eram submetidas à análise dos colegas e discutidas em fóruns públicos e privados. Com isso, os associados se envolviam de forma social e intelectual com o universo da fotografia, garantindo a eles uma oportunidade para exibir e compartilhar seu trabalho com outros sócios e de maneira mais ampla. O salão anual que eles organizavam e o Boletim, uma revista mensal publicada pelo FCCB, mostram a amplitude das atividades desenvolvidas pelo clube e destacam as conquistas do clube para o circuito internacional de salões dos quais participaram, incluindo Otto Steinert e seu colegas adeptos da “fotografia subjetiva” na Alemanha, e a Société Française de la Photographie em Paris.
A exposição Fotoclubismo será apresentada em duas partes complementares e entrelaçadas nas galerias: a monográfica e a temática. Cada uma das seis seções da exibição tem uma apresentação monográfica de um fotógrafo: Geraldo De Barros, German Lorca, Gertrudes Altschul, José Yalenti, Marcel Giró e Thomaz Farkas. Essas seções começam e terminam com agrupamentos temáticos que sugerem a amplitude da comunidade fotográfica atuante em São Paulo naquela época e oferecem um contexto adicional das realizações individuais. Cada tema foi extraÃdo dos Concursos Internos mensais realizados no FCCB, que levavam os sócios a fazer registros sobre um determinado tema, muitas vezes premiando o vencedor com reproduções de página inteira ou na capa.
A exposição será acompanhada por um catálogo ricamente ilustrado, apresentando pela primeira vez a fotografia modernista brasileira a um público internacional; desta forma, colocando essas realizações no cenário mais amplo da arte contemporânea do Brasil e em uma rede dinâmica de fotógrafos globais, e oferecendo uma nova visão sobre o status do fotógrafo amador no perÃodo pós-guerra.
Maria Helena Valente da Cruz. The Broken Glass (O vidro partido). c. 1952.
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