Morre fotógrafo que registrou monge ateando fogo no corpo.
Ganhador dos prêmios World Press Photo e Pulitzer pela imagem falece aos 81 anos.
O fotógrafo Malcolm Browne, autor da premiada foto de um monge em chamas no Vietnã, em 1963, morreu na madrugada desta terça-feira, aos 81 anos, em um hospital de New Hampshire, nos Estados Unidos, informou sua esposa Le Lieu.
Browne havia dado entrada na unidade hospitalar ontem, com complicações respiratórias. O fotógrafo tinha sido diagnosticado com a doença de Parkinson em 2000.
O jornalista, que cobria a Guerra do Vietnã para a agência Associated Press ganhou os prêmios World Press Photo e Pulitzer pela imagem, que causou comoção e que acabou fazendo o Governo de John Kennedy a rever a política com relação ao Vietnã.
Em 11 de Junho de 1963, um monge budista - Thich Quang Duc – apareceu num movimentado cruzamento de Saigon e, sentado calmamente na posição de lótus, incendiou-se num protesto contra a falta de liberdade religiosa no Vietname do Sul. Depois do funeral, o seu coração estava intacto. Duc tornou-se um mártir e Browne o autor da fotografia mais icónica desse período, já que sua câmara foi a única de um fotógrafo estrangeiro presente no protesto.
A trágica imagem rodou o mundo e provocou diversos protestos contra o regime do Vietnã do Sul, apoiado pelos Estados Unidos. A fotografia fez com que Kennedy comentasse com Henry Cabot Lodge, que assumiria o cargo de embaixador em Saigon, que "precisavam fazer algo sobre esse regime".
Malcolm Browne ainda trabalhou para a rede de televisão "ABC" e para o jornal "The New York Times". Sua última cobertura de guerra foi na Guerra do Golfo, em 1991. Além disso, publicou vários livros, um deles, inclusive, sobre a Guerra do Vietnã.
Fonte: Terra
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