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Fotógrafos: Claudia Andujar, uma Suíço-Brasileira guerreira para os Yanomami

Conheça Claudia Andujar, a fotógrafa que defendeu o povo indígena com seu trabalho.


 

Claudia Andujar nasceu na Suíça (1931), mas durante a infância e a adolescência morou em diversas cidades, fugindo da perseguição nazista que enviou seu pai, e tantos outros, para os campos de concentração. Em 1955, após nove anos em Nova York, escolheu o Brasil para viver.

Aqui, iniciou sua carreira como fotógrafa documental, produzindo uma obra capaz de misturar arte com engajamento político, produzindo fortes efeitos em todas as suas variantes. Apesar da diversidade de seus trabalhos, a face mais marcante de sua carreira está relacionado á suas fotografias do povo Yanomami, pois sua relação com os índio foi muito além do trabalho fotográfico.


Publicou imagens em revistas antológicas, como a brasileira Realidade e a americana Life, e The New York Times Magazine, entre outras tantas. Dedicou-se ao fotojornalismo entre os anos de 1965 e 1970, e a partir de então envolveu-se com proteção dos direitos dos índios Yanomâmis, motivo de importantes livros seus, como Yanomami (Práxis, 1988) e Marcados (Cosac Naify, 2009).

Teve fundamental importância na fundação da Comissão pela Criação do Parque Yanomami. Também tem presença significativa na documentação da Amazônia, registrada em livros e exposições, como The Amazon, publicado na Holanda em 1973, em parceria com o fotógrafo George Leary Love (1937-1995), com quem foi casada.

Amiga de um povo


Claudia Andujar conheceu os índios, em um momento em que o governo militar brasileiro construía rodovias na região amazônica. “Isso para os Yanomami foi um desastre, trouxe muitas doenças. Centenas morreram”, conta. A partir de então, a artista decidiu que não seria testemunha da tragédia: deixou o fotojornalismo e passou anos na Amazônia.

Andujar viveu temporadas na região, chegando a ser expulsa do local pelo governo, em 1978, o que a motivou a fundar a Comissão pela Criação do Parque Yanomami, com o objetivo de conseguir a demarcação da Terra Indígena Yanomami – feito que só foi alcançado em 1991. Realizou diversas visitas posteriores. Ao longo dos anos, registrou o ambiente, as tradições e o contato dos índios com o homem branco.


“Durante os anos 70 e 80, me dediquei completamente aos Yanomami, não só para fotografar, mas para me aprofundar na cultura deles”, diz Claudia. Para a artista, o contato com os índios foi uma forma de lidar com sua infância. Criada na Romênia, filha de um judeu que teve parte de sua família dizimada pelo nazismo. A série Marcados tem uma ligação forte com essa história.

Os retratos mostram índios que, de 1981 a 1983, foram identificados com números para uma iniciativa de saúde. Claudia lembra da prática usada nos campos de concentração: “Meus parentes no passado foram marcados para morrer. Esse projeto de saúde que a gente começou era ‘marcados para viver’”.

A artista se tornou uma referência para os índios. “Para mim, a Claudia é uma grande amiga de verdade, ela é uma guerreira para os Yanomami”, afirma Dário Yawarioma, 26 anos, filho do líder Davi Yanomami.


Entre as várias exposições que marcaram sua carreira, o Instituto Inhotim inaugurou em 2015, sua 19ª galeria permanente, dedicada ao trabalho da fotógrafa Claudia Andujar, o pavilhão de 1.600 m² é o segundo maior do Parque e exibe mais de 400 fotografias realizadas pela artista entre 1970 e 2010 na Amazônia brasileira e com o povo indígena Yanomami.

Claudia Andujar é um exemplo de mulher, que luta por um objetivo se tornando uma referência não apenas com sua fotografia, mas com sua vida e seu trabalho dedicado á uma causa, mostrando que a fotografia pode tomar uma dimensão muito maior do que muitos imaginam, sua obra segue para dar visibilidade a um povo inteiro.

Foto: Ivson Miranda-Itaú Cultural

Fontes: Itaú Cultural, Revista Trip 1, Revista Trip 2Instituto Inhotim





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