O caso dos negativos de Ansel Adams.
A polêmica sobre os supostos negativos do mestre Ansel Adams continua e parece longe de ter um fim.
Como já comentamos aqui , os negativos comprados em 2000 por um professor de Fresno, na Califórnia, numa venda de garagem, foram confirmados como sendo de Ansel Adans por uma equipe de peritos e avaliados em cerca de 200 milhões de dólares (150 milhões de euros).
A famÃlia de Adams, representada por Matthew Adams, neto do fotógrafo, vinha contestando este laudo e assim a autoria destes negativos.
Desde então o caso só vem se complicando, uma investigação judicial, citada pelo "New York Times", concluÃu que David Streets, o responsável de uma galeria de arte de Beverly Hills que avaliou os negativos, tem cadastro por roubo e fraude nos estados de Louisiana e Kentucky. No inicio Streets negou seus crimes, mas depois admitiu ter sido condenado nos anos 1980.
Em seguida uma mulher de Oakland, Marian Walton, anunciou que tinha em casa uma foto muito semelhante aos negativos de Norsigian e que o autor dessa imagem era o seu tio, já falecido, Earl Brooks.
Dois antigos assistentes de Adams, John Sexton e Alan Ross, analisaram as imagens e disseram que a fotografia de Marian Walton e os negativos comprados por Norsigian são do mesmo autor, ou seja, os negativos seriam de Earl Brooks.
Rick Norsigian e seu advogado continuaram a confiar na perÃcia e Norsigian continuou a vender cópias das imagens em um espaço na Internet (www.lostnegatives.com). Então
o Ansel Adams Publishing Trust, grupo que controla os direitos da obra de Ansel Adams , processou o coleccionador Rick, e o caso judicial visa agora impedir o colecionador e a firma de advogados que o representa, a PRS Media Partners, de vender as imagens sob o nome do fotógrafo sem a autorização ou a aprovação do Ansel Adams Trust.
Não bastasse tudo isso um dos peritos mudou de ideia, o jornal “New York Times” escreveu que Robert C. Moeller III, um antigo curador do Museum of Fine Arts, em Boston, e um dos peritos contratados por Rick Norsigian, acredita agora que pelo menos algumas das fotografias encontradas nas caixas foram tiradas por Earl Brooks.
Robert C. Moeller admitiu que “cometeu um erro” na sua avaliação. O perito teve acesso à s fotografias que Marian Walton tinha em casa e ao analisar quatro dessas fotografias tiradas em 1920 no Parque Nacional Yosemite por Earl Brooks, percebeu que pelo menos uma das fotos encontradas por Rick Norsigian foi “tirada pela mesma máquina, pelo mesmo homem e na mesma altura”; o perito acrescentou: “O meu relatório, onde se dizia que havia uma grande probabilidade de ter sido Ansel Adams a tirar aquelas fotografias, tem que ser mudado.”
Tudo indica que o caso dos negativos perdidos de Ansel Adans ainda irá demorar muito a ser resolvido, afinal há vários interesses envolvidos e deve-se ter muito cuidado na conclusão, pois afinal estão lidando com o nome e a obra de um dos maiores fotógrafos da história.
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